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Alma Isolada

La Toilette (1896) de Henri de Toulouse-Lautrec


Meus olhos ardem.
Visão dupla
de uma dor,
indivisível e secreta,
de uma alma isolada.
Olhar de abismos
que ressoam chamas
de uma angústia não revelada
para ninguém.
Luz e escuridão,
duplos que desabam
diante de mim.
Somente eu posso ver.
Somente eu posso sentir.
Você poderá mirar meus olhos,
mas eles ficarão em silêncio,
para que você não mexa com a minha dor.
Você verá uma ilusão
e não compreenderá
minha alma isolada.
Você só vê luz?
Meu olhar é uma luz cinzenta
de uma melancolia oculta.
Alma isolada
por um abismo insondável
de uma dor que não desvanece.
Eu não posso te fazer ver.
Eu não posso te fazer sentir.
Somente eu posso ver
dois de mim.
Alma isolada!
Eu silencio o que não posso confessar
que é dor...
Minha dor permanece tão só
em minha alma.
Você só vê luz!
Você só vê luz.


 Lizandra Souza.

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