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Mostrando postagens de 2013

Palavras, algumas palavras...

Lizandra Souza Palavras ditas. Palavras ouvidas. Palavras sentidas. Depois esquecidas? Algumas marcam. Outras não. Umas vão. Ou tras  ficam. Umas  querem  ficar. Mas são  esquecidas. Outras  não  querem  ficar. Porém p ermanecem  infinitas.   Lizandra Souza.

De Mim para Mim - Última Carta de um Solitário

Fortaleza - CE, 3 de Dezembro de 2013 Olá meu caro único amigo Carlos Antônio: Você deve estar estranhando receber esta correspondência, deve estar surpreso ou quem sabe até chateado, mas eu te entendo... Quero que saiba que também estou surpreso, não imaginava que depois dos últimos acontecimentos eu ainda tivesse coragem e força para escrever algumas linhas expiatórias. Ah, como minha vida vem sendo difícil, qualquer um em meu lugar já teria tirado a própria vida... Mas não vou entrar mais nessas questões amarguradas e sofridas de minha infeliz existência, você mais do que qualquer pessoa neste mundo sabe o que eu sofro... Na verdade, somente você meu caro Carlos, sabe de meu sofrimento. Não, não quero sua piedade, sua pena. Este velho solitário e abandonado pela vida não merece este sentimento pequeno, desprezível que só é dado aos fracos... Sim, somente os fracos merecem a piedade alheia, a pena. Você até agora deve se estar perguntando o porquê escrevo esta

O Desespero Segundo J.P.

A empregada havia sido demitida há três semanas, a casa de cinco cômodos, apesar de pequena, estava uma bagunça. João Paulo não sabia por onde começar a limpeza e arrumação da casa, nunca tivera habilidades domésticas, e nem fora ensinado a ter, seu pai nunca permitira Dona Etelvina, sua mãe, ensinar-lhe a fazer nem um ovo frito, e por causa desse machismo paternal, João Paulo se encontra em apuros. “Sem dinheiro, sem emprego, sem mulher e sem empregada, ah, vida cruel... Um cachorro vira-lata é mais feliz” pensava J.P.  ********************************************************* Resolveu inicialmente arrumar seu quarto. Livros no chão, roupas sujas na cômoda, sapatos espalhados na porta do banheiro... Farelos de comida na cama... Uma desordem. J.P. já estava terminando de arrumar o quarto, isso depois de duas horas e meia, faltava apenas pôr os livros na estante e limpar o chão. “Ah, meus livrinhos nesse chão imundo... não pode ser... droga!”. Gritou quando viu que e

O tesouro...

Parte I – Laços de Família         A família, constituída de três irmãos de pais bastardos, duas sobrinhas gêmeas, um filho ilegítimo, dois primos "fugitivos" e quatro netos, já estava ficando cansada de tanto esperar (e desejar!) pela morte de Seu Cotinho (outro membro da família), idoso de 82 anos. Este nem em sonho imaginava o que a corja de sua prole mais desejava na vida, que era sua morte, para assim se apoderar de seu “tesouro” precioso. Seu Cotinho apesar da idade avançada esbanjava saúde. Era o habitante mais prestigiado da cidadezinha em que vivia desde os três anos, isso porque Seu Cotinho era honesto e de bom caráter. Além disso, era dono da maior fazenda da região, que conseguira com o suor de seu rosto. Seu Cotinho se orgulhava de mostrar as mãos calejadas, resultadas do trabalho duro na roça. Nunca ninguém vira ou ouvira alguma maledicência a seu respeito, a não ser as calúnias dos matreiros e vagabundos que viviam rondando sua propriedade com o

Verônica

(site da imagem)   Luis Augusto não se conformava com o casamento de sua ex-namorada, Verônica, com seu irmão Rodolfo. Era muito difícil para ele ter que aceitar a traição, e agora três meses depois ele recebe um convite de casamento... Era muita falta de estima eles fazerem isso em tão pouco tempo. ''O que as pessoas vão pensar? Vou ser chacota de todos... Traído pelo próprio irmão e pela mulher a quem dediquei cinco anos de minha vida'', se questionava Luis Augusto...   Parecia que o tempo estava parado para Luis Augusto. Ele não queria aceitar o abandono, por mais que a situação fosse humilhante ele ainda amava desesperadamente Verônica. ''Ela é o amor da minha vida e prefiro morrer a ter que perdê-la... Mas seria melhor eu matá-lo... Sim, Rodolfo é o culpado de tudo, com ele fora do caminho poderei tê-la de volta... Ah, aquele verão que passamos juntos na praia... Ela adora o sol, fica tão bela... E o aniversário, o presente, a primeira vez

O alienado

Imagem da internet/Autor desconhecido. Mendes já não aguentava mais o latido e a bagunça do cachorro no quintal de casa. Desde que se mudara para a casa de seu falecido tio Hermano Cururu Ramos e Remos, todos os dias Bill, o cachorro, não queria sair do quintal, vivia cavando o chão perto de uma mangueira e ainda não deixava os vizinhos dormirem com seus latidos insuportáveis pela madrugada. Já estava na hora de Mendes tomar uma decisão, Bill sempre fora muito comportado, mas nas últimas semanas ele estava muito bizarro. Não comia direito o que lhe era dado, quatro vezes fugiu e mordeu três pivetes que corriam ao redor do lado de fora da casa, outras três pulou o muro da vizinha, um dia sem querer mordeu o traseiro do amante da mesma, roubou o pão do padeiro, o jornal do jornaleiro, o peixe do peixeiro, a bíblia do padre Edmilson, a carne do açougueiro, o cururu da macumbeira e até o doce da criança. --- Assim não dá mais Bill, até o cururu da velha bruxa é demais, e se el