O Sonho (Pierre Puvis de Chavannes, 1883) “O incêndio que atingiu o escritório de advocacia Dr. Estácio Menezes e Cia. nesta manhã do dia 13, sexta-feira, no bairro Aldeota, em Fortaleza, não deixou feridos. O fogo foi percebido depois que uma fumaça preta começou a sair da porta da sala de um dos sócios.” Augusto, aflito, relia, pela trigésima vez, na tela de seu computador, o trecho de uma notícia sobre um pequeno incêndio que ocorreu nesta manhã, em seu trabalho. “Era para eu ter morrido, ainda bem que fiquei em casa... ah, amanhã eu quero ver a cara do Paulo, da Marta, do Antônio e dos outros quando eu explicar que não fui ao trabalho hoje porque sonhei que iria morrer neste dia, ah, agora quero ver se eles ainda vão rir ou fazer avacalhações com minhas superstições...”, pensava, desvairado. *** Augusto, desde criança, acredita no poder e nas revelações dos sonhos como premonições ou avisos celestiais, isso desde o dia em que ele sonhou que estava fazend...
Ninguém nasce leitor(a): torna-se!